MOMENTOS QUE ME MARCAM E ME FAZEM CHORAR

Esta tatuagem foi idealizada por mim, desenhada por mim porque esta tatuagem das restantes que tenho esta é a que mais significado tem. Na altura, e antes de a tatuar no meu pé fiquei indecisa entre tatuar um anjo nas costas que agora foi substituída por orquídeas que significa (amor, beleza e força).
O meu post de hoje é-me muito comovente e só o simples facto de começar a debitar palavras já começo com a lágrimazinha ;). É verdade, por detrás desta mulher cheia de força e garra, existe também uma mãe. Hoje vou dedicar este posta a minha filha Carolina e esta fada que vêm tatuada é dedicada a ela e as estrelas iluminam o seu caminho quando não está comigo. Para quem não sabe (como é óbvio) a minha luta pela carolina começou ainda ela tinha 2 anitos. A relação com o pai nela nem sempre foi fácil, é uma pessoa má capaz de usar a filha para me atacar e foi o que aconteceu e que ditou a minha sentença. Em 2006 meti um processo em tribunal para pedir a guarda dela, foram 3 anos de luta, de muitos nervos de muitas lágrimas e até mesmo uma depressão no meio, tudo porque o pai da Carolina não baixava a guarda e foi-me fazendo coisas ao longo desses 4 anos que me levaram a exaustão. Fomos a algumas audiências e durante todo esse tempo, sempre tentei proteger a Carolina (pois é uma criança e não tem culpa dos erros dos adultos). Sempre fui uma boa mãe, nunca lhe faltou carinho ou atenção. No tribunal da parte dele todos fizeram o excelente favor de me denegrir até á 5ª casa, pois outra coisa não se podia esperar e eu fui aguentando e ao ouvir todas aquelas barbaridades (inclusive a procuradora quis processar uma das testemunhas dele) pelas calúnias que dizia a meu respeito. Chorei muitas vezes em plena audiência, estava magoada demais e chocada com tanta e tanta coisa dita. A Carolina sempre me viu como um ídolo (ou assim seria suposto) e cada vez que ía para o pai chorava (embora goste bastante dele), mas afastar-se da mãe para ela era massacrante e muitas vezes quando me despedia dela chorava. Nas férias todos os dias falava com ela ao telefone e o fim da conversa era sempre ambas a chorar, eu porque morria de saudades dela e ela porque queria que a fosse buscar. Chegámos á penultima audiência e todas as pessoas que me apoiaram estavam confiantes que a guarda seria entregue a mim (inclusive a advogada), foi quando o inesperado aconteceu....A Juíza queria falar com a Carolina! Segundo sei e não sou muito entendida nestas coisas uma criança só pode ser ouvida em tribunal a partir dos 12 anos....a Carolina tinha 5...
Claro que eu já sabia que ela ía com a cabeçinha feita pelo pai e pelos avós. Até a técnica de reinserção social nas declarações feitas por ela, estavam todas a meu favor. Nesse dia (lembro-me como se fosse hoje), até velas de Fátima a minha colega trouxe e acendeu-as durante a sessão. Ao chegar ao tribunal de família e menores a Carolina assim que viu, nunca mais me largou e foi quando o mundo desabou em cima de mim, foi quando as minhas esperanças morreram e também eu quis desaparacer naquele dia, mas não podia...tenho uma marido maravilhoso que foi o meu maior suporte e tenho as minhas filhas... Esperei impacientemente naquela sala até a Carolina sair e a cara da minha advogada não prometia nada de bom. E começou assim:
-A Carolina lá dentro disse-lhes que queria ficar a semana com o pai e o fim-de-semana consigo!
Fiquei sem reação e olhei para a Carolina como se ela me tivesse traído, sei que ela não teve culpa, é uma criança. Tentei controlar-me lá dentro ao máximo e quando saí daquele maldito edificio as lágrimas começaram a rolar-me pela cara (chorei durante horas). Eu não queria que ela me visse assim, não queria que ela tivesse o sentimento de culpa, mas foi mais forte que eu e quem é mãe sabe bem do que estou a falar.
Já em casa dos meus sogros eu fui para a sala sozinha e as lágrimas continuavam a cair sem que eu consegui-se controlar-me, é quando a Craolina chega á sala e senti uma faca no meu peito.

- Mãe, não chores, não fiques triste, amanhã se quiseres eu vou lá falar com elas e digo-lhes que quero ficar contigo.

Então chorei ainda mais e ela também... Chegou o dia final e a decisão do tribunal não fugiu ao que estava mais que destinado. Foi entregue a guarda ao pai, com pagamento de pensão e direito a estar com a Carolina 1x por semana e todos os fins-de-semana. Não aceitei, dei o meu parecer á juíza, mostrei a minha revolta e raiva resumindo e baralhando (descontrolei-me) e a juíza teve que levar comigo. Até hoje e já lá vão uns bons meses continuo a não aceitar, não se afasta uma criança da mãe, fui eu que carreguei durante nove meses, fui eu que sempre estive do lado dela quando estava doente, eu sou a MÃE! Levei algum tempo até me habituar a não estar com ela durante a semana, a Matilde em parte preenche o vazio da Carolina. Muitas vezes quando estávamos as duas na cama a ver televisão a Carolina chorava sempre, dizia que me adora e que não quer ficar longe de mim, e foi quando me escreveu uma mini carta com um desenho lindo, de tantas e tantas coisas que ela me escreve esta foi a que mais me tocou e passo a cítar:

- Eu gosto muito da minha mãe, quando chega a sexta-feira e eu espero por ela, ela nunca mais chega. gosto de estar com a minha mãe e passar o fim-de-semana com ela é muito divertido. E quando chega ao domingo á noite e o meu pai me vem buscar eu fico triste não me quero ir embora e desejo que a semana passe depressa para ficar outra vez com a minha mãe.

Adoro-te Mãe!

Ao ler aquilo fiquei demais de comovida e quando olho para ela, ela agarra-se a mim a chorar e a dizer que gosta muito de mim....é lindo este amor, puro e verdadeiro.
Esta tatuagem é dedicada á Carolina e ela sabe, a minha fada linda e as estrelas que nos iram iluminar sempre e para sempre....AMO-TE FILHA.


Kiss Kiss